Quanto custa ter um filho no Brasil em 2025?

Por Amigo Rico

15 de julho de 2025

Planejar a chegada de um filho envolve muito mais do que enxoval e quartinho decorado. No Brasil de 2025, com inflação ainda pressionando e custos variando de acordo com região e estilo de vida, entender quanto realmente custa ter um filho virou quase um exercício de estratégia. E não é exagero: estamos falando de despesas que começam antes mesmo do teste positivo dar as duas linhas.

Gravidez, parto, alimentação, fraldas, saúde, educação, transporte, lazer… a lista parece não ter fim. E, para além do valor que sai do bolso, há o tempo, o desgaste emocional e as adaptações na rotina profissional que também contam como “custos” — ainda que não estejam diretamente no extrato bancário. Tudo isso precisa entrar na conta se a ideia é ter clareza e se preparar minimamente para o que vem pela frente.

Aliás, muita gente se surpreende ao perceber como os gastos se acumulam aos poucos, mês após mês. Um pacote de fralda aqui, uma consulta ali, um brinquedo que parecia barato mas se soma a outros tantos. Quando a gente vê, o orçamento familiar já está girando em torno daquela nova vida que chegou — e com razão. Só que, para não ser pego de surpresa, é preciso fazer contas, sim.

Nos próximos tópicos, vamos destrinchar os principais custos da maternidade no Brasil em 2025. Desde a barriga até os primeiros anos de vida da criança, passando por tudo aquilo que impacta no financeiro — direta ou indiretamente. Prepare-se para anotar, comparar e, quem sabe, repensar algumas escolhas.

 

Gastos iniciais na gravidez e planejamento do parto

A jornada começa ainda no pré-natal. Consultas mensais, exames de rotina, ultrassonografias e suplementação já representam uma despesa considerável — principalmente se a gestante optar pelo atendimento particular. Em clínicas privadas, um pré-natal completo pode ultrapassar facilmente os R$ 3.000, dependendo da cidade. Se incluirmos acompanhamento com nutricionista, psicóloga ou doula, esse valor sobe.

O enxoval também entra em cena, e por mais que existam opções econômicas, há quem gaste pequenas fortunas com roupas, kits de higiene, bolsas e acessórios. A tentação de comprar “tudo que o bebê precisa” pode sair caro — e muitas vezes é desnecessária. Além disso, há a preparação para o parto: seja ele realizado via SUS, convênio ou particular, o momento do nascimento exige planejamento e, às vezes, reserva financeira para imprevistos.

Ah, e mesmo quando o bebê mama 5 minutos e dorme, é preciso garantir que a mãe tenha acesso a um bom acompanhamento pós-parto. Isso inclui profissionais como pediatras, consultoras de amamentação e fisioterapeutas pélvicas. O custo dessas visitas iniciais pode facilmente ultrapassar os R$ 1.000 só no primeiro mês.

 

Despesas com saúde e imprevistos no pós-parto

Depois do nascimento, os custos com saúde continuam sendo um dos maiores pesos no orçamento. Consultas pediátricas, vacinas que não fazem parte do calendário do SUS, tratamentos dermatológicos, alergias ou intercorrências comuns nos primeiros meses exigem preparo. Mesmo com plano de saúde, nem sempre tudo está coberto — e as taxas de coparticipação acabam pegando muitas famílias de surpresa.

Outra questão importante: exames e cuidados com a mãe. O puerpério é um período delicado, e muitas mulheres enfrentam desafios emocionais, físicos e hormonais que demandam acompanhamento psicológico, psiquiátrico ou fisioterapêutico. E aqui, o investimento pode ser alto — especialmente se a rede pública não for acessível ou o plano de saúde não oferecer bons profissionais.

Vale lembrar também dos imprevistos, que sempre aparecem. Por exemplo, uma gravidez silenciosa pode atrasar o início dos cuidados e exames, exigindo uma atenção médica mais intensa logo após a descoberta. Tudo isso reflete em custos — financeiros, emocionais e logísticos.

 

Fraldas, roupas e primeiros cuidados com o bebê

Se tem um gasto constante no início da vida de um bebê, ele se chama fralda. Um recém-nascido pode consumir de 8 a 12 por dia. Sim, por dia. Ao longo de um mês, isso significa cerca de 300 unidades, que custam, em média, R$ 0,80 cada. A conta é simples (e assustadora): quase R$ 250 por mês, só de fralda descartável. Se somarmos lenços umedecidos, pomadas e produtos de higiene, o valor sobe ainda mais.

Roupas também precisam ser trocadas com frequência — não só pelo crescimento acelerado, mas pelos famosos vazamentos, golfadas e acidentes de rotina. Mesmo optando por peças básicas, uma troca completa de estação representa uma boa quantia. Sem contar com itens como cueiros, paninhos, toucas, meias, bodies, calças, casaquinhos… a lista é interminável.

E no meio disso tudo, entra o aprendizado sobre como lidar com os reflexos do bebê. Um deles, o reflexo de moro, pode demandar uso de swaddles (faixas específicas para contenção), que também têm seu custo. Cada detalhe importa — e pesa.

 

Ambiente, sono e rotina doméstica adaptada

Transformar a casa para receber o bebê é outro capítulo importante — e custoso. Berço, colchão, kit de berço, cômoda, trocador, banheira, carrinho, bebê conforto, cadeirinha de carro, cadeira de alimentação… a lista de móveis e utensílios pode ultrapassar facilmente os R$ 5.000. E, para quem vive em apartamento pequeno, pode ser necessário até repensar a disposição dos móveis ou reformar um cômodo.

Outro ponto de atenção é o sono — tanto do bebê quanto dos pais. Investir em uma babá eletrônica, blackouts, móveis silenciosos e equipamentos de som ambiente (sim, os famosos ruídos brancos) virou quase obrigatório para garantir um pouco mais de tranquilidade nas madrugadas. E sim, existe até app com sleeptalk frases, que ajudam a criar uma atmosfera mais tranquila na hora de dormir.

Mesmo que você opte por soluções simples e criativas, há um custo de adaptação doméstica. Isso inclui aumento no consumo de água, energia, produtos de limpeza específicos, e até alimentação, caso a mãe esteja amamentando e precise de uma dieta mais reforçada. Tudo entra na conta.

 

Licença, renda familiar e trabalho da mãe

Um dos custos mais invisíveis — e ao mesmo tempo mais impactantes — é a pausa (ou reestruturação) da vida profissional da mulher. A licença maternidade, quando existe, dura no máximo 6 meses. Depois disso, muitas mães precisam decidir entre voltar ao trabalho, buscar apoio familiar, contratar ajuda ou, em alguns casos, deixar a carreira em pausa.

Nem todas as mulheres têm direito ao Auxílio Maternidade, e essa ausência de renda pode comprometer o orçamento por muitos meses. Além disso, mesmo com apoio financeiro, o retorno ao mercado pode ser complicado — especialmente para quem trabalha por conta própria ou em áreas que exigem presença constante.

Gastos com babás, creches ou escolas em tempo integral variam bastante, mas raramente ficam abaixo dos R$ 1.000 mensais. Em regiões metropolitanas, esse valor pode dobrar. E isso sem considerar as despesas com transporte, alimentação fora de casa e eventuais horas extras de apoio profissional.

 

Educação, lazer e o fator “imprevisto constante”

Por fim, mas não menos importante, está o custo da educação. Mesmo nos primeiros anos, creches particulares podem representar uma fatia generosa do orçamento. E quando a criança cresce, vêm as mensalidades escolares, materiais didáticos, atividades extracurriculares, passeios, eventos… cada ano traz uma nova surpresa.

Lazer também entra nessa conta — e não dá pra ignorar. Mesmo que o bebê ainda seja pequeno, há despesas com brinquedos, livros, experiências sensoriais, espaços kids e outras atividades que ajudam no desenvolvimento. E claro, as saídas em família, que agora incluem mais uma pessoinha na conta.

Sem falar dos imprevistos, que — sejamos sinceros — viram rotina. Uma febre no fim de semana, uma gripe que exige cuidados extras, uma consulta de emergência. Ter um fundo de reserva exclusivo para essas situações virou necessidade. Porque, sim, ser pai e mãe em 2025 é também aprender a lidar com um orçamento que muda o tempo todo, junto com o crescimento da criança.

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