Comprar imóvel ainda é um bom investimento?

Por Amigo Rico

30 de maio de 2025

Essa é uma daquelas perguntas que todo mundo faz em algum momento da vida: será que comprar imóvel ainda vale a pena? Com tantas opções de investimento surgindo por aí — renda variável, fundos imobiliários, criptoativos — parece que o mercado está mais pulverizado do que nunca. E com isso, o bom e velho tijolo passou a ser questionado com mais frequência.

Mas a resposta não é tão simples quanto um sim ou não. Porque o valor de um imóvel vai além da valorização financeira. Tem gente que compra para morar, outros compram para alugar, e há quem veja o imóvel como uma reserva de valor, quase como um cofre físico. Então, tudo depende da intenção — e do momento.

Nos últimos anos, com a queda e depois o aumento dos juros, o cenário de financiamento mudou bastante. Isso afetou tanto quem quer comprar quanto quem pensa em vender. Mas, ao mesmo tempo, a escassez de imóveis em regiões valorizadas e o crescimento de cidades médias fizeram os preços se manterem firmes. É um jogo de forças opostas — e é aí que a análise precisa ser mais refinada.

Então vamos lá: se você está pensando em investir em imóvel, seja pela primeira vez ou para diversificar sua carteira, vale a pena entender os prós, os contras e — principalmente — os contextos em que esse tipo de investimento ainda faz sentido. Porque sim, eles ainda existem… e às vezes estão mais perto do que a gente imagina.

 

O apelo da segurança patrimonial

Se tem uma coisa que o brasileiro valoriza é a sensação de segurança. E isso não é só emocional — é financeira também. Imóvel é tangível, visível, está lá. Diferente de ações que podem despencar de um dia para o outro ou de moedas digitais que somem sem deixar rastro. O imóvel continua sendo um porto seguro, especialmente em tempos de incerteza.

Muitas famílias ainda veem o imóvel como um tipo de herança, um patrimônio a ser passado adiante. E isso não mudou com a modernidade. Pelo contrário, em cidades menores e organizadas, como Dois Irmãos, essa mentalidade se mantém firme. Um exemplo típico é a casa 2 quartos em Dois Irmãos, que representa exatamente esse tipo de investimento: sólido, acessível e com potencial de valorização constante.

Mesmo investidores experientes, que operam em bolsa e têm conhecimento técnico, costumam manter parte do seu capital alocado em imóveis. É uma forma de proteger o portfólio contra grandes oscilações e criar uma base estável para o futuro. Afinal, em momentos de crise, o imóvel não evapora — ele segue ali, com ou sem valorização imediata.

 

Renda passiva com locação

Investir em imóvel para alugar continua sendo uma das formas mais diretas de gerar renda passiva. E nos últimos anos, com o boom dos aluguéis por temporada e plataformas digitais de hospedagem, esse modelo ficou ainda mais flexível. Dá para alugar por ano, por mês, por dia… tudo depende do perfil do imóvel e da localização.

Quem busca retorno consistente a longo prazo ainda encontra no aluguel um bom caminho. É verdade que existem custos — manutenção, impostos, taxas — mas o saldo costuma ser positivo, especialmente em regiões onde a demanda é alta e a vacância é baixa. Em alguns bairros, a procura é tão grande que o imóvel nem chega a ser anunciado publicamente.

Além disso, o aluguel oferece uma vantagem interessante: ele segue a inflação. Ou seja, em tempos de alta nos preços, a renda passiva também tende a aumentar. Isso é algo que nem todos os investimentos conseguem garantir. E quando você tem um inquilino estável, é praticamente uma renda garantida por mês — algo raro no mercado financeiro.

 

Valorização e potencial de ganho a longo prazo

Um dos principais atrativos dos imóveis sempre foi a valorização. Comprar bem hoje para vender melhor no futuro — essa lógica continua válida, especialmente em regiões em desenvolvimento ou que passam por melhorias estruturais. Quando uma nova avenida é construída, um shopping é inaugurado ou uma escola chega ao bairro, o impacto no valor dos imóveis pode ser significativo.

Mas é preciso atenção. Nem todo imóvel valoriza só com o tempo. É necessário avaliar localização, perspectiva de crescimento urbano, infraestrutura ao redor e até o perfil dos vizinhos. Quem compra apenas pelo preço, sem analisar o contexto, pode acabar com um ativo que estagna ou até perde valor.

Ainda assim, os ciclos do mercado imobiliário são diferentes do mercado financeiro. Eles são mais lentos, mais estáveis. E isso é uma vantagem para quem pensa no longo prazo. Em dez, quinze anos, o imóvel tende a dobrar — ou até triplicar — de valor, dependendo do cenário. É um investimento paciente, mas consistente.

 

Diversificação da carteira de investimentos

Hoje em dia, com tantas opções na mesa, diversificar virou quase uma obrigação. E o imóvel entra como peça fundamental nessa composição. Ele é um ativo real, diferente dos ativos financeiros. Isso significa que, em uma crise bancária, por exemplo, o imóvel não sofre o mesmo impacto direto que uma ação ou um fundo.

Investidores experientes costumam usar imóveis como uma espécie de contrapeso. Quando os mercados estão voláteis, o imóvel mantém seu valor. Quando os juros caem e o crédito fica mais barato, o imóvel valoriza. E assim, ele funciona como uma âncora — segurando o barco enquanto o resto da carteira oscila.

Além disso, existem diferentes tipos de imóvel: residencial, comercial, terrenos, imóveis em construção, imóveis de temporada… cada um com seu perfil de retorno e risco. Isso permite montar uma carteira imobiliária diversificada internamente, o que amplia as possibilidades de retorno e dilui o risco.

 

Liquidez e seus desafios

Aqui está um dos pontos mais delicados do investimento em imóvel: a liquidez. Diferente de uma ação, que pode ser vendida em segundos, um imóvel pode levar semanas — ou meses — para ser negociado. Isso exige planejamento. Imóvel não é algo que você vende em uma emergência sem perder dinheiro.

Mas isso não significa que seja um ponto negativo absoluto. É, na verdade, uma característica do investimento. Imóveis são mais lentos, sim, mas isso também evita decisões precipitadas. Quem compra pensando no longo prazo dificilmente se vê pressionado a vender em momentos ruins.

Por outro lado, o mercado tem evoluído. Hoje existem plataformas que conectam compradores e vendedores de forma mais eficiente, além de opções como os fundos imobiliários que oferecem mais liquidez, mantendo parte da lógica do investimento em imóvel. Ainda assim, para quem quer retorno imediato, talvez seja bom pensar duas vezes.

 

Impactos da economia e taxa de juros

Por fim, é impossível falar de imóveis sem considerar o cenário econômico. A taxa Selic, por exemplo, influencia diretamente o custo do financiamento — e, portanto, a demanda por imóveis. Quando os juros estão baixos, comprar fica mais atrativo. Quando sobem, o mercado esfria e os compradores recuam.

No entanto, mesmo em ciclos de alta, os imóveis continuam sendo buscados. Porque a lógica de uso — e não apenas de investimento — se mantém. Famílias continuam comprando para morar, casais continuam planejando seu primeiro lar. E isso sustenta a demanda, mesmo em momentos difíceis.

Além disso, em economias inflacionadas, o imóvel atua como proteção. É um ativo que tende a preservar seu valor real. E quando os juros voltam a cair, o mercado volta a aquecer — com força. Saber ler esses movimentos é o que diferencia o bom investidor do curioso. E aí sim, comprar imóvel pode ser uma jogada de mestre.

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