O impacto financeiro de viver com doenças inflamatórias

Por Amigo Rico

4 de dezembro de 2024

Viver com doenças inflamatórias, como a retocolite ulcerativa e a doença de Crohn, vai muito além das questões de saúde. O impacto financeiro pode ser significativo, englobando custos com consultas, exames, medicamentos, tratamentos complementares e até mesmo adaptações na rotina. Para muitos pacientes, esses gastos representam um desafio adicional na gestão da condição.

Os altos custos associados às doenças inflamatórias frequentemente levam pacientes e famílias a reavaliarem prioridades financeiras. Consultas regulares com especialistas, exames de acompanhamento e medicamentos biológicos estão entre as despesas mais pesadas. Além disso, há custos indiretos, como perda de produtividade no trabalho e adaptações alimentares.

Embora o sistema público de saúde ofereça suporte em alguns casos, a realidade é que muitos pacientes recorrem ao sistema privado para obter diagnósticos mais rápidos e tratamentos específicos. Isso torna ainda mais importante entender os principais custos envolvidos e buscar alternativas para minimizar o impacto financeiro.

Neste artigo, vamos explorar os aspectos financeiros de viver com doenças inflamatórias, abordando desde custos diretos com tratamentos até estratégias para gerenciar despesas e buscar apoio.

 

Custos com diagnósticos e acompanhamento da retocolite

O diagnóstico de retocolite e outras doenças inflamatórias intestinais frequentemente envolve uma série de exames laboratoriais, de imagem e procedimentos especializados. Esses custos podem variar dependendo do acesso ao sistema público ou da necessidade de recorrer ao sistema privado.

Exames como colonoscopia, endoscopia e análises de fezes são essenciais para confirmar o diagnóstico e monitorar a progressão da doença. No setor privado, esses procedimentos podem ter valores elevados, especialmente quando realizados com urgência.

Além disso, consultas frequentes com gastroenterologistas são indispensáveis para o acompanhamento, representando mais um custo contínuo. Para quem utiliza o sistema público, a demora no acesso aos serviços pode levar a gastos adicionais com consultas particulares.

 

O peso financeiro de uma cirurgia para retocolite

Em casos mais graves, a necessidade de uma cirurgia para retocolite pode ser inevitável. Procedimentos como a colectomia total, que remove parte ou todo o cólon, são complexos e envolvem altos custos tanto na internação quanto no período de recuperação.

Mesmo para quem possui plano de saúde, é importante considerar despesas adicionais, como consultas pré-operatórias, exames de preparação e materiais específicos para o pós-operatório, como bolsas de colostomia. Esses itens podem não estar completamente cobertos pelo plano.

Além disso, o tempo de recuperação pode impactar a renda do paciente, especialmente se ele precisar se afastar do trabalho por um período prolongado. Esse é um fator que deve ser incluído no planejamento financeiro de longo prazo.

 

Close-up of a healthcare professional with arms crossed wearing medical scrubs and stethoscope.

 

Consultas regulares com médico que cuida de colite

Manter um acompanhamento próximo com um médico que cuida de colite, como gastroenterologistas, é essencial para o manejo das doenças inflamatórias. No entanto, consultas frequentes com especialistas podem gerar custos consideráveis.

Em clínicas particulares, o valor das consultas pode variar amplamente, especialmente em grandes centros urbanos. Para pacientes que necessitam de acompanhamento multidisciplinar — incluindo nutricionistas e psicólogos —, os gastos aumentam ainda mais.

Uma estratégia para reduzir esses custos é buscar consultas em centros de referência ou universidades que oferecem atendimento especializado a preços mais acessíveis. Essa opção pode ser particularmente útil para quem não tem acesso a planos de saúde.

 

Exames recorrentes e a indicação de colonoscopia

A indicação de colonoscopia é comum no acompanhamento de doenças inflamatórias, sendo fundamental para monitorar a progressão da condição e avaliar a resposta ao tratamento. No entanto, os custos associados a esse exame podem ser elevados, especialmente no setor privado.

Dependendo da gravidade da doença, a colonoscopia pode ser recomendada anualmente ou até com maior frequência. Em clínicas particulares, o preço do exame pode variar significativamente, mas ainda é uma despesa recorrente para muitos pacientes.

Pacientes que utilizam o sistema público de saúde frequentemente enfrentam longas filas de espera para a realização do exame, o que pode levar a gastos adicionais com exames particulares em situações de emergência.

 

Estratégias para gerenciar os custos das doenças inflamatórias

Diante dos altos custos associados às doenças inflamatórias, é essencial adotar estratégias que ajudem a gerenciar as finanças. Buscar apoio de associações de pacientes pode ser uma forma de obter orientações sobre tratamentos e medicamentos oferecidos gratuitamente pelo SUS.

Outra alternativa é avaliar os benefícios de planos de saúde que incluem cobertura para medicamentos biológicos, exames regulares e consultas especializadas. Embora as mensalidades possam ser elevadas, o investimento pode compensar no longo prazo, especialmente para quem necessita de tratamentos contínuos.

Além disso, planejar uma reserva financeira específica para gastos com saúde pode proporcionar mais segurança e tranquilidade, permitindo que o paciente se concentre no tratamento sem preocupações financeiras imediatas.

 

Conclusão

O impacto financeiro de viver com doenças inflamatórias é significativo e exige planejamento cuidadoso. Desde os custos iniciais com diagnósticos até as despesas contínuas com tratamentos e consultas, cada etapa pode representar um desafio financeiro.

Na minha opinião, entender os custos envolvidos e buscar alternativas para reduzi-los é essencial para pacientes que desejam manter uma boa qualidade de vida. Planejamento e informação são ferramentas poderosas para enfrentar esse aspecto das doenças inflamatórias.

Por fim, acredito que a colaboração entre pacientes, médicos e sistemas de saúde é fundamental para tornar o tratamento mais acessível e eficaz. Com o suporte certo, é possível minimizar os impactos financeiros e focar no que realmente importa: o bem-estar e a saúde.

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