Vale a pena contratar seguro extra em viagens de carro?

Por Amigo Rico

17 de junho de 2025

Viajar de carro pode ser uma das formas mais libertadoras de explorar um destino — seja no Brasil ou cruzando fronteiras pelo Mercosul. Você escolhe o ritmo, faz pausas quando quer, desvia da rota só pra ver uma paisagem diferente. Mas, junto com essa liberdade, vem uma responsabilidade extra: estar protegido em caso de imprevistos na estrada.

Ao planejar esse tipo de viagem, muita gente já tem o seguro obrigatório do veículo no Brasil e acha que isso basta. Mas quando o assunto é viagem internacional de carro, especialmente entre os países do Mercosul, essa proteção não é suficiente. Você pode até cruzar a fronteira sem ser barrado… mas, se algo der errado, o prejuízo pode ser alto.

É aí que entra o debate: vale a pena contratar um seguro extra só pra alguns dias de viagem? Spoiler: na maioria dos casos, sim — e vamos te explicar por quê. Estamos falando de um custo relativamente baixo, que pode evitar dores de cabeça imensas e até impedir problemas legais em solo estrangeiro.

Neste artigo, vamos falar sobre os principais pontos que justificam a contratação de um seguro adicional em viagens rodoviárias internacionais. Se você está cogitando pegar a estrada com seu carro, especialmente rumo à Argentina, Uruguai ou Paraguai, esse conteúdo pode salvar sua viagem — e seu bolso.

 

O que o seguro do seu carro no Brasil não cobre fora do país

O seguro tradicional contratado no Brasil é ótimo — dentro do território nacional. Ele cobre colisões, roubos, danos a terceiros, dependendo da apólice. Mas essa proteção não se estende automaticamente ao exterior. E isso é um erro comum de interpretação entre os viajantes de primeira viagem.

Em viagens para fora do Brasil, principalmente de carro, você entra sob a legislação de outro país. O seguro brasileiro não tem validade nesses territórios, a não ser que a apólice inclua cláusulas específicas (o que é raro). Ou seja: qualquer sinistro fora do Brasil pode sair 100% do seu bolso, se você não tiver outra cobertura válida.

Mesmo um acidente simples pode se transformar em um processo civil caro, dependendo das leis locais. E isso nem sempre é resolvido com um simples acordo. Ter um seguro adicional que cubra esse cenário é, no mínimo, uma forma inteligente de evitar prejuízos e dor de cabeça.

 

Multas e barreiras nas fronteiras internacionais

Países como Argentina, Uruguai e Paraguai têm regras claras: para entrar com veículo estrangeiro, você precisa de uma cobertura obrigatória de responsabilidade civil. E não adianta argumentar que seu carro tem seguro no Brasil — o fiscal vai querer o documento correto, válido no território dele.

Sem esse documento, você corre o risco de ser impedido de entrar no país. E se conseguir passar, circular sem ele pode render multas, retenção do veículo ou até proibição de seguir viagem. Ninguém quer começar as férias tendo que lidar com a polícia de trânsito logo na entrada do país, né?

Além disso, as fiscalizações são mais rigorosas em feriados, alta temporada e em pontos estratégicos de rodovia. A ausência do seguro correto pode transformar uma road trip tranquila em um problema jurídico. E tudo isso é evitável com um único documento: a carta verde.

 

Prejuízos evitáveis com cobertura de terceiros

Imagine que você cause um acidente fora do Brasil — mesmo que leve, como um toque na traseira de outro veículo. Se estiver sem cobertura específica, todo o prejuízo será seu. E dependendo das leis do país em questão, você pode ser obrigado a pagar o reparo ali mesmo, sem discussão.

A Carta Verde cobre danos que você causar a terceiros — sejam materiais ou corporais. Isso significa que, se você bater em outro carro ou ferir alguém no trânsito, a seguradora cobre as despesas, dentro dos limites estabelecidos. Sem essa apólice, você pode enfrentar cobrança judicial, ter o veículo retido ou, pior, responder criminalmente em casos mais sérios.

É um tipo de proteção que parece “opcional”, mas se torna essencial no momento em que você precisa dela. Afinal, ninguém viaja esperando bater o carro — mas basta um deslize para transformar uma viagem tranquila em um transtorno financeiro e legal.

 

Custos acessíveis para alta proteção

Um dos maiores mitos sobre seguros adicionais é que eles são caros. Mas quando falamos da Carta Verde, a realidade é outra: ela é surpreendentemente acessível, especialmente quando comparada ao tamanho do prejuízo que pode evitar.

O valor varia de acordo com o tipo de veículo e a duração da viagem, mas costuma ser bem razoável — principalmente se considerarmos que cobre todo o território dos países exigentes. Além disso, há planos com validade de três dias, uma semana, um mês ou até um ano, permitindo adaptar à sua rota e orçamento.

Coloque na ponta do lápis: uma pequena batida pode custar milhares de reais. A apólice da Carta Verde pode custar o equivalente a um tanque de combustível. É ou não é um bom investimento?

 

Tranquilidade jurídica ao cruzar fronteiras

Além da proteção financeira, o seguro extra traz uma camada importante: respaldo legal. Com a apólice certa em mãos, você está amparado juridicamente caso precise lidar com alguma autoridade, apresentar documentos ou esclarecer situações de trânsito.

Isso também facilita a comunicação. Em caso de acidente, a seguradora entra no meio, faz a intermediação com o outro motorista, cobre os custos e garante que você possa seguir viagem com o mínimo de impacto. Isso é particularmente útil se você não fala bem o idioma local ou não conhece a legislação.

Você ganha tempo, evita conflitos e mantém a viagem sob controle. Afinal, viajar com segurança é muito mais do que dirigir com cautela — é ter garantias firmadas antes mesmo de cruzar a primeira fronteira.

 

Complemento ao seguro viagem tradicional

É importante lembrar que o seguro viagem — aquele que cobre saúde, extravio de bagagem e cancelamentos — não substitui a Carta Verde. Eles atuam de forma complementar. Um protege você como pessoa; o outro protege sua responsabilidade como motorista.

Para quem vai fazer uma road trip internacional, o ideal é contratar ambos. Assim, você está coberto tanto para emergências médicas quanto para qualquer eventualidade que envolva o veículo e terceiros. Uma combinação que oferece cobertura completa e deixa você muito mais tranquilo ao volante.

No fim das contas, o seguro extra deixa de ser um gasto e passa a ser uma garantia. Um cuidado simples que pode evitar prejuízos sérios, dores de cabeça e até salvar sua viagem de imprevistos maiores.

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