Vale a pena investir em cursos técnicos hoje?

Por Amigo Rico

22 de maio de 2025

Faz tempo que o ensino técnico carrega uma aura de “alternativa”, quase sempre visto como segunda opção para quem não pretende ou não pode seguir para o ensino superior. Mas… será que essa visão ainda faz sentido? A realidade do mercado de trabalho mudou tanto — mas tanto — que talvez seja a hora de repensar esse velho estigma.

Enquanto muitos enfrentam filas por uma vaga na universidade e saem com diploma na mão (e dívida no bolso), outros já estão empregados antes mesmo de terminar o curso técnico. É uma inversão de expectativas que não cabe mais no modelo antigo de sucesso profissional. Tem gente ganhando bem, vivendo com estabilidade e crescendo na carreira sem ter pisado numa faculdade.

E aqui entra um ponto crucial: cursos técnicos hoje não servem só como “plano B”. Eles são, para muita gente, o plano A mesmo. Práticos, curtos e focados em necessidades reais do mercado, esses cursos formam profissionais que já saem prontos para encarar a realidade — e, mais importante, para gerar renda rapidamente.

Se você ainda está em dúvida se vale ou não a pena investir em um curso técnico, calma. Vamos explorar alguns pontos importantes (e algumas realidades que talvez ninguém tenha te contado ainda). Não é papo motivacional, é cenário real. Vamos lá?

 

Alta demanda e formação acelerada

A primeira coisa que salta aos olhos é a velocidade. Um curso técnico pode ser concluído em menos de dois anos — alguns em poucos meses! Isso significa que, enquanto muitos ainda estão escolhendo a grade da faculdade, você já pode estar no mercado, faturando. E em setores como construção civil, elétrica e hidráulica, a demanda é praticamente constante.

É o caso, por exemplo, da profissão de encanador no Brooklin. Esse tipo de serviço não para. Problemas em tubulações, instalações e manutenções residenciais são cotidianos e exigem mão de obra especializada — e bem paga. A formação técnica nessa área é direta, prática e com retorno financeiro rápido.

Além disso, a flexibilidade é um atrativo. Muitos cursos técnicos oferecem aulas à noite ou em formato EAD, o que permite trabalhar durante o dia e estudar à noite. Ou o contrário. Dá para se organizar e encaixar a qualificação na rotina sem grandes sacrifícios.

E vamos ser sinceros? O que o mercado quer é gente que saiba fazer. Teoria é ótima, mas prática resolve problema. E é isso que as formações técnicas entregam: habilidade e agilidade.

 

Salários iniciais mais altos do que muita gente imagina

Existe uma ideia (ainda muito enraizada) de que profissões técnicas pagam pouco. Mas, na prática, a história é outra. Em algumas áreas, o salário de entrada é mais alto do que o de muitas funções administrativas ou até mesmo cargos acadêmicos. E não estamos falando de exceções raras, não.

Veja o caso de um encanador na Mooca. Com uma base técnica sólida, experiência mínima e uma boa clientela, o profissional pode faturar mais de R$ 6.000 por mês. Isso sem contar os serviços extras, que aparecem de forma quase diária. Tem curso superior que não entrega esse retorno nem depois de anos de formado.

Esses dados chocam quem ainda associa o ensino técnico a salários modestos. Mas a realidade é que, em áreas onde o serviço não pode ser digitalizado nem terceirizado para outro país, os valores se mantêm altos — e, em muitos casos, aumentam com a escassez de mão de obra qualificada.

Outro detalhe importante: muitas dessas profissões permitem ganhos variáveis. Ou seja, quanto mais você trabalha (ou quanto melhor sua reputação), mais você pode ganhar. Não há um teto fixo. Tem gente que triplica os ganhos com serviços emergenciais ou contratos fixos com empresas.

 

Capacitação para setores essenciais

Uma das grandes vantagens dos cursos técnicos é o foco em setores essenciais — aqueles que nunca param. Quer um bom exemplo? O setor elétrico. Casas, comércios, indústrias… todos precisam de um eletricista em algum momento. E esse é o tipo de profissão que exige qualificação, segurança e conhecimento técnico. Não é algo que se aprende “no improviso”.

A formação técnica nessa área costuma ser bastante valorizada, com carga horária equilibrada entre teoria e prática. O aluno aprende desde os princípios básicos da eletricidade até normas de segurança, leitura de projetos, automação residencial e muito mais. É uma capacitação robusta e, o mais importante, funcional.

E não pense que só existe espaço para o autônomo. Empresas de médio e grande porte mantêm eletricistas fixos ou contratam regularmente para manutenção e expansão de redes internas. Além disso, grandes obras e reformas urbanas sempre demandam profissionais com registro e formação reconhecida.

Sem contar que, mesmo em tempos de crise, não dá para “postergar” um curto-circuito ou um quadro de luz queimado. Serviços essenciais continuam sendo necessários, o tempo todo. Isso garante estabilidade e recorrência de trabalho.

 

Menor investimento e retorno mais rápido

Vamos falar de dinheiro? Porque, convenhamos, essa parte pesa — e muito. Um curso técnico, na maioria dos casos, custa uma fração do que seria uma graduação. Em vez de quatro ou cinco anos pagando mensalidades, dá pra investir em algo mais enxuto, concluir rápido e começar a trabalhar quase de imediato.

O setor elétrico, por exemplo, está cheio de histórias de quem fez um curso técnico básico e, em poucos meses, já estava com a agenda lotada. Profissionais como eletricista conseguem retorno financeiro expressivo com serviços que, muitas vezes, são cobrados por hora. Isso significa agilidade no retorno sobre o investimento (ROI), algo que poucas graduações oferecem.

E o investimento inicial nem sempre precisa ser feito de uma só vez. Há opções de parcelamento, bolsas, programas de incentivo… ou seja, não é preciso comprometer toda a renda para dar o primeiro passo. Com um pouco de planejamento, é possível conciliar estudo e investimento sem grandes sufocos.

Se você colocar na ponta do lápis o custo do curso e o tempo até conseguir retorno, o técnico vence fácil. E, se bater aquela dúvida, é só conversar com quem já fez — essas histórias reais costumam ser bem mais convincentes que qualquer propaganda de faculdade.

 

Autonomia profissional e possibilidade de empreender

Essa talvez seja uma das maiores vantagens: liberdade. Muita gente faz curso técnico já com a cabeça no empreendedorismo. E não é só sonho, é realidade. Cursos técnicos formam profissionais que podem abrir MEIs, montar sua clientela, criar marca própria e viver do próprio negócio.

Pensa no caso do encanador. Não é raro ver profissionais dessa área com agendas lotadas, trabalhando com equipe própria, atendendo condomínios, empresas e até prestando serviço para órgãos públicos. Tudo isso sem precisar ser funcionário de alguém. A formação técnica abre essas portas de forma muito mais acessível do que uma graduação tradicional.

Além disso, quem empreende tem autonomia sobre o próprio tempo, os próprios clientes e os serviços que quer (ou não) fazer. Isso muda completamente a relação com o trabalho. E, convenhamos, ninguém gosta de estar preso num escritório das 9h às 18h se pode ganhar mais com liberdade.

Claro, empreender tem riscos e exige preparo — inclusive emocional. Mas o curso técnico já oferece uma base prática que reduz esses riscos. Você entra no mercado sabendo o que faz, com segurança técnica e autoridade no serviço que presta.

 

Reconhecimento crescente e valorização social

Durante muito tempo, a sociedade tratou profissões técnicas como “menores”, quase como se fossem temporárias, para quem não teve “sucesso”. Mas essa percepção está mudando — e rápido. O mercado passou a valorizar quem resolve, quem entrega, quem sabe fazer. E os técnicos são exatamente esse perfil.

Hoje, muitas empresas preferem contratar alguém com formação técnica e experiência prática a um recém-formado universitário sem vivência. Isso acontece não só em empresas pequenas, mas em multinacionais também. É a eficiência que está em jogo, e não o diploma pendurado na parede.

Existe, inclusive, um certo prestígio social associado a profissionais técnicos de excelência. Sabe aquele eletricista que todo mundo recomenda? Ou o encanador que resolve tudo em meia hora? Esses profissionais viram referência no bairro, têm clientela fiel e são admirados pelo que sabem fazer.

O reconhecimento vem com o tempo, claro. Mas ele vem. E é um tipo de valorização que não depende de crachás ou cargos. Depende de resultado. O que, no fim das contas, é o que mais importa.

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